Foto de uma mulher com aparência cansada sentada na frente do computador, com duas pessoas discutindo ao fundo, representando a produtividade tóxica.

Você já se sentiu culpada por descansar? Já teve a sensação de que não está fazendo o suficiente, mesmo quando está exausta? Já empurrou os próprios limites só para cumprir mais uma tarefa?
Se a resposta for sim, talvez você esteja presa em um ciclo silencioso e comum: o da produtividade tóxica.

Nos últimos anos, ser produtiva virou quase um requisito para se sentir válida. É como se estivéssemos constantemente tentando fazer mais, render mais, ocupar cada minuto do dia. E, nesse processo, acabamos trocando qualidade de vida por checklists intermináveis — muitas vezes, sem nem perceber.

Neste post, eu quero conversar com você sobre isso. Vamos entender de forma clara:

  • O que é produtividade tóxica;
  • Como identificar os sinais no dia a dia;
  • Por que tanta gente acaba presa nesse padrão;
  • E o mais importante: como sair desse ciclo e construir uma relação mais leve com o tempo e as metas.

A ideia aqui não é te culpar por ter caído nessa armadilha — muito pelo contrário. É mostrar que existe outro caminho possível. Um caminho onde você ainda pode se organizar, planejar e realizar — mas sem se anular no processo.

O que é produtividade tóxica?

A produtividade, por si só, não é um problema. Na verdade, ela pode ser uma grande aliada quando está a serviço do que faz sentido para nós. O problema começa quando a busca por “render mais” ultrapassa os nossos limites físicos, mentais e emocionais — e passa a ser uma forma de cobrança constante, quase sufocante. É aí que entra o conceito de produtividade tóxica.

Produtividade tóxica é quando o ato de produzir deixa de ser uma ferramenta de organização e realização, e se torna uma exigência sem fim. É quando você começa a sentir que nunca fez o bastante, mesmo depois de um dia inteiro de tarefas concluídas. Quando descansar vira sinônimo de fracasso. E, pior ainda, quando você começa a medir o seu valor pessoal pela quantidade de coisas que faz — ou deixa de fazer.

Essa forma distorcida de produtividade geralmente vem disfarçada. Às vezes, ela se apresenta como “disciplina”, “foco”, “alta performance”. Frases como “enquanto você descansa, alguém está trabalhando” ou “não pare até se orgulhar” alimentam essa ideia de que só é válida quem está sempre em movimento. E mesmo que essas mensagens pareçam motivacionais, o efeito que elas causam pode ser o oposto: ansiedade, culpa e exaustão.

Outra característica da produtividade tóxica é o ciclo que ela cria: quanto mais você produz, mais sente que precisa produzir. O padrão se repete, os limites se apagam e, quando você percebe, está vivendo em função de listas infinitas, acreditando que só poderá descansar quando “zerar tudo” — o que, convenhamos, nunca acontece.

Mas há uma diferença importante entre produtividade saudável e produtividade tóxica.

A produtividade saudável parte da intenção. Você se organiza para realizar o que é importante, de um jeito possível e humano. Ela respeita seu ritmo, valoriza o descanso e entende que a vida é feita de várias áreas — não só de trabalho, metas e resultados.

Já a produtividade tóxica ignora isso tudo. Ela cobra, pressiona e faz com que até as coisas que você ama virem obrigação.

Você não precisa abrir mão dos seus objetivos para escapar desse ciclo. Mas precisa, sim, aprender a reconhecê-lo e questioná-lo. No próximo tópico, eu vou te mostrar como identificar os principais sinais de que a produtividade deixou de ser saudável — e está começando a te fazer mal.

Quais são os sinais da produtividade tóxica?

A produtividade tóxica nem sempre dá sinais claros logo de início. Na verdade, ela costuma se instalar de maneira sutil, como se fosse “normal” estar sempre correndo, fazendo, entregando, resolvendo. Mas, aos poucos, o corpo e a mente começam a dar sinais de que algo está fora do eixo — mesmo que, por fora, tudo pareça sob controle.

Papel escrito "balance" e "burnout" com uma checkbox ao lado de cada palavra.

A seguir, quero te mostrar alguns sintomas comuns que podem indicar que a sua produtividade está deixando de ser saudável. Não é preciso apresentar todos os sinais para estar nesse ciclo. Às vezes, basta um ou dois em excesso para que isso comece a comprometer sua qualidade de vida.

1. Culpa constante ao descansar

Você senta no sofá e, em vez de relaxar, sente que “deveria estar fazendo algo útil”. Vai dormir e pensa que poderia ter rendido mais. Tira um dia de pausa e passa o tempo todo se sentindo mal por isso. Se o descanso nunca é suficiente — ou sempre vem acompanhado de culpa — é um sinal de alerta.

2. Dificuldade de aproveitar momentos de lazer

Mesmo quando está em um momento leve, com pessoas queridas ou fazendo algo que gosta, sua mente está em outro lugar: nos prazos, nos compromissos, no que ficou por fazer. É como se você estivesse fisicamente presente, mas mentalmente sempre preocupada com a próxima tarefa.

3. Sensação de que nunca fez o suficiente

Você finaliza o dia com várias tarefas concluídas, mas sente que ainda ficou devendo. A lista está sempre cheia, as metas nunca parecem atingidas, e o que você já fez perde o valor muito rápido. É como se você estivesse em uma esteira: correndo sem sair do lugar.

4. Autocrítica exagerada

Erros pequenos se transformam em grandes falhas. Um dia menos produtivo vira sinônimo de fracasso. Você se julga com dureza por qualquer pausa, distração ou dificuldade, como se não tivesse o direito de ser humana. A cobrança interna vira constante — e cruel.

5. Confusão entre valor pessoal e desempenho

Quando a produtividade tóxica está ativa, você começa a medir seu valor por aquilo que entrega. Se está produzindo, se sente “válida”. Se não está, sente que não tem importância. Isso pode parecer extremo, mas é mais comum do que parece — e afeta diretamente a autoestima.

6. Dificuldade em dizer “não”

Você se compromete com tudo. Aceita mais tarefas do que dá conta. Diz “sim” automaticamente, com medo de parecer preguiçosa, desinteressada ou pouco produtiva. E, muitas vezes, acaba priorizando o que é urgente para os outros — enquanto deixa o que é importante para você sempre para depois.

7. Desconexão com o propósito

Você entra no modo automático. Faz, faz, faz… mas já nem lembra por que começou. Suas metas deixam de ter sentido, seus projetos perdem o brilho e tudo vira apenas mais um item na lista. A produtividade vira hábito, mas não tem mais intenção.Esses sinais não são “fraquezas”. Eles são formas do seu corpo e da sua mente avisarem que algo precisa mudar. Se você se identificou com algum deles, não se culpe. Isso não significa que você está fazendo algo errado — só mostra que está vivendo sob um sistema que talvez precise ser revisto.

Por que caímos nesse ciclo?

A produtividade tóxica não começa do nada — ela é cultivada, muitas vezes sem percebermos. E entender de onde ela vem é essencial para conseguir sair desse padrão de forma consciente.

Ela é alimentada por um conjunto de fatores sociais, culturais e internos. Vamos explorar os principais deles:

1. A cultura do “hustle” e da alta performance

Nas últimas décadas, a ideia de que precisamos “viver para produzir” foi intensamente reforçada. Expressões como “trabalhe enquanto eles dormem”, “não pare até se orgulhar” ou “100% do tempo” são vendidas como sinônimo de sucesso — quando, na verdade, escondem uma realidade insustentável.

Esse discurso romantiza o excesso de trabalho e faz parecer que descansar é preguiça, que pausar é fracassar e que só quem vive acelerado vai alcançar alguma coisa. A verdade é que ninguém consegue sustentar esse ritmo por muito tempo sem consequências.

2. A comparação constante nas redes sociais

As redes sociais se tornaram vitrines de produtividade. Pessoas mostrando suas rotinas perfeitas, agendas organizadas, listas riscadas, projetos lançados, metas batidas. E, mesmo sabendo que aquilo é só uma parte da história, é difícil não se comparar.

Você vê alguém entregando mais do que você e já pensa: “estou atrasada”, “não estou fazendo o suficiente”. Esse tipo de comparação invisível alimenta uma sensação constante de dívida com o próprio tempo — e impulsiona o desejo de render mais, mesmo que custe caro.

3. A valorização do fazer em detrimento do ser

Vivemos em uma sociedade que valoriza muito mais o que fazemos do que quem somos. O que você entrega? O que você conquistou? Quantas horas você trabalhou essa semana?

A identidade passa a ser construída em cima da produtividade — e, aos poucos, você se desconecta dos seus próprios desejos, limites e valores. O foco deixa de ser viver com intenção e passa a ser simplesmente produzir para ser reconhecida.

4. O perfeccionismo disfarçado de organização

Muita gente que busca ser mais organizada e produtiva (e eu me incluo nisso) começa com as melhores intenções. Só que, às vezes, essa busca escorrega para um perfeccionismo silencioso: cada meta tem que ser atingida exatamente como planejada, todo dia precisa render, todo projeto tem que ser impecável.

Só que a vida real não segue esse roteiro. E quando a realidade não acompanha a expectativa, vem a frustração — e, com ela, o impulso de se cobrar ainda mais.

5. O medo de parar

Outro ponto forte: muitas pessoas têm medo de parar. Parar para descansar, refletir, ajustar. Porque parar pode significar entrar em contato com o cansaço acumulado, com os sentimentos ignorados, com os limites ultrapassados. E isso pode doer.

Então, continuar produzindo vira uma forma de se proteger. Mas esse tipo de movimento é um ciclo: quanto mais você evita o silêncio, mais preso fica no barulho das obrigações.

Entender esses mecanismos é uma forma de devolver a você o poder de escolha. Você não precisa se submeter a um modelo de produtividade que te esgota. É possível sim se organizar, realizar e crescer — mas de um jeito mais humano.

Quais são os impactos da produtividade tóxica na vida?

A produtividade tóxica não afeta apenas a forma como você organiza o dia ou define suas metas. Ela tem um impacto profundo em diversas áreas da vida — muitas vezes, sem que a gente perceba. Por fora, parece que estamos apenas “dando conta de tudo”; por dentro, estamos esgotadas, desconectadas e até adoecendo.

Aqui estão os principais efeitos que esse padrão pode causar:

Mulher debruçada sobre os livros, que estão sobre uma mesa de madeira, simbolizando o cansaço causado pela produtividade tóxica.

1. Saúde mental abalada

A ansiedade costuma ser uma das primeiras consequências. Quando a mente está em estado de alerta constante, o corpo responde com tensão, insônia, irritação, dificuldade de concentração. Você pode até continuar cumprindo tarefas, mas não com a mesma clareza ou equilíbrio.

Com o tempo, a sensação de esgotamento mental pode evoluir para burnout — um quadro mais grave, que envolve cansaço extremo, falta de motivação e até um certo distanciamento emocional daquilo que antes fazia sentido.

Outro ponto importante: a produtividade tóxica alimenta a autocrítica. Você começa a se julgar o tempo todo, sente que nunca está fazendo o suficiente, se cobra mais do que é justo. Isso afeta diretamente a sua autoestima e seu bem-estar emocional.

2. Relações pessoais fragilizadas

Quando o foco está sempre no fazer, as conexões com as pessoas ficam em segundo plano. Momentos de lazer são cancelados, conversas são interrompidas, vínculos vão se enfraquecendo. Você começa a se isolar — mesmo que sem querer.

Além disso, a irritação e a sobrecarga podem transbordar. Pequenas coisas se tornam gatilhos, e quem está perto acaba recebendo o reflexo de um cansaço que nem sempre sabe explicar.

O resultado? Relações mais superficiais, dificuldade de estar presente, sensação de solidão mesmo em meio a outras pessoas.

3. Desconexão com a própria identidade

Quando tudo gira em torno de metas e resultados, fica difícil lembrar do que você gosta de fazer só por prazer. A produtividade tóxica rouba o espaço da criatividade, da espontaneidade e até da curiosidade.

Você começa a viver no automático: acorda, executa, entrega, dorme — e repete. Com o tempo, isso gera um vazio. Um sentimento de que “está tudo funcionando, mas nada faz sentido”.

Esse distanciamento da própria identidade também dificulta decisões importantes. Afinal, como saber o que escolher se você já não se escuta mais?

4. Queda no desempenho real

Curiosamente, o excesso de produtividade não significa mais resultados — muitas vezes, significa o contrário.

Quando você trabalha ou estuda demais, sem pausas, sem estratégia e sem respeitar seus limites, a qualidade do que faz tende a cair. Os erros aumentam, o foco diminui, e o cansaço mina a clareza mental.

A longo prazo, isso afeta não só a produtividade, mas também a confiança. Você começa a duvidar da própria capacidade e entra em um novo ciclo de cobrança — tentando compensar o cansaço com ainda mais esforço.

Os impactos são reais, mesmo que não sejam visíveis de imediato. É por isso que sair desse padrão não é um “luxo” ou um “capricho”. É uma necessidade.

No próximo tópico, vou te mostrar o caminho inverso: como sair desse ciclo e construir uma produtividade mais leve, sustentável e alinhada com a sua vida real.

Como sair do ciclo da produtividade tóxica?

Sair de um ciclo de produtividade tóxica não acontece da noite para o dia — mas acontece. E não exige uma revolução completa na sua rotina, e sim pequenos passos conscientes e  consistentes. A ideia aqui não é abandonar suas metas ou deixar de ser produtiva. A ideia é transformar a sua relação com o tempo e com você mesma, para que a produtividade seja um meio — não uma prisão.

A seguir, reuni estratégias práticas para você começar esse processo com clareza e intenção.

1. Reavalie o seu conceito de produtividade

Antes de mudar qualquer hábito, é importante se perguntar: “O que produtividade significa para mim?”

Muitas vezes, repetimos ideias sem perceber. Achamos que ser produtiva é preencher todas as horas do dia com tarefas, estar sempre ocupada ou nunca dizer “não”. Mas a produtividade real tem mais a ver com propósito do que com quantidade.

Você não precisa fazer tudo. Precisa fazer o que faz sentido — e isso muda de fase para fase. Em alguns momentos, ser produtiva pode ser estudar 4 horas por dia. Em outros, pode ser se alimentar bem e dormir direito. E tudo isso é válido.

Revisite sua definição. E se ela estiver ligada à cobrança, escassez ou culpa, talvez seja hora de ressignificar.

2. Valorize o descanso como parte do processo

Descansar não é perder tempo. É recuperar energia, clareza e foco. Sem descanso, o corpo entra em exaustão e a mente em confusão. Ou seja: você continua “ocupada”, mas não avança de verdade.

Tente encarar o descanso como parte estratégica da rotina, não como um prêmio que só pode vir depois de tudo feito. Algumas ideias simples para começar:

  • Bloqueie horários fixos na sua semana só para você;
  • Faça pausas curtas entre tarefas (como o método Pomodoro);
  • Desconecte-se do celular por 20 minutos durante o dia;
  • Crie pequenos rituais de desaceleração (um chá à noite, uma caminhada leve, um banho com mais calma).

Esses momentos recarregam mais do que você imagina — e te ajudam a produzir com mais presença depois.

3. Crie metas realistas e flexíveis

A meta perfeita é aquela que respeita a sua realidade. Ela te desafia, mas também te acolhe.

Para isso, é importante usar estruturas que ajudam a manter a clareza. Duas sugestões:

  • Metas SMART, com prazos, medidas e um propósito bem definido;
  • Sistema de ciclos de 12 semanas, que divide o ano em blocos mais curtos e ajuda a manter o foco sem pressão excessiva.

Além disso, seja gentil com os imprevistos. Nem toda semana vai sair como o planejado — e tudo bem. Uma meta flexível permite ajustes sem culpa, e isso torna o caminho mais sustentável.

4. Estabeleça uma rotina possível, não ideal

Sabe aquela rotina de Instagram, com blocos de tempo milimetricamente organizados e tudo fluindo perfeitamente? Então, na prática, ela raramente funciona por muito tempo.

A rotina que dá certo é a que se adapta ao seu dia real. Se hoje você só tem 30 minutos livres, como pode usá-los com presença? Se a semana estiver difícil, qual o seu mínimo viável?

Você pode usar ferramentas como:

  • Planner semanal (com foco em 3 prioridades por vez);
  • Blocos de tempo flexíveis (sem rigidez, mas com intenção);
  • Rotinas de sobrevivência para dias caóticos (um checklist curto com o essencial).

A ideia é construir uma estrutura que te apoie — e não que te pressione.

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5. Use a organização como aliada

Organizar a vida não é criar regras, é dar espaço para o que importa. Quando a organização está a serviço do autocuidado, ela se torna uma ferramenta de liberdade.

Você pode usar:

  • Habit tracker para acompanhar hábitos;
  • Planner mensal para revisar e ajustar objetivos com calma;
  • Listas de prioridades em vez de listas infinitas de tarefas;
  • Revisões semanais curtas para celebrar avanços e ajustar o que for necessário.

Quando você vê que está avançando — mesmo que aos poucos — a motivação aparece de um jeito mais natural.

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6. Pratique a autocompaixão diariamente

Autocompaixão não é se conformar. É entender que você está fazendo o melhor que pode, com o que tem hoje. Isso não te impede de evoluir — pelo contrário, cria espaço para crescer sem medo.

Você pode:

  • Parar de se comparar com os outros (e com uma versão idealizada de si mesma);
  • Trocar pensamentos automáticos por perguntas intencionais (“O que eu realmente preciso agora?”);
  • Repetir lembretes reais e gentis, como:
    • “Hoje, eu posso fazer menos e ainda assim estar avançando.”
    • “Meu valor não está na quantidade de coisas que eu faço.”
    • “Produtividade não é pressa, é direção.”

Isso vai fortalecer uma nova forma de olhar para você mesma: mais leve, mais respeitosa, mais humana.

Como manter a produtividade de forma leve e sustentável?

Sair do ciclo da produtividade tóxica é um passo enorme. Mas manter uma nova forma de produzir — mais leve, intencional e humana — exige prática contínua. Isso não significa que você nunca mais vai se sentir sobrecarregada ou insegura. Significa que, quando isso acontecer, você vai saber reconhecer e reequilibrar com mais consciência.

Aqui estão algumas estratégias que ajudam a sustentar essa nova produtividade sem perder sua essência no caminho:

1. Pense em ritmo, não em intensidade

A produtividade leve é construída com consistência, não com pressa. Ao invés de querer resolver tudo em dois dias, pense em cadência. Qual o mínimo viável que você consegue fazer hoje? Qual pequeno passo ainda te mantém em movimento?

Quando você respeita o seu ritmo, os resultados aparecem de forma mais sustentável — e você se cansa menos.

2. Crie ciclos de produtividade com pausas planejadas

Produzir sem parar é um convite ao esgotamento. Ao invés disso, experimente trabalhar em ciclos curtos de foco e ação, com intervalos reais de pausa entre eles. Isso pode ser feito de várias formas:

  • Ciclos de 90 minutos com 15 de descanso;
  • Períodos de 4 semanas intensas seguidos de 1 semana mais leve;
  • Um sistema de 12 semanas com objetivos bem definidos e uma semana de revisão ao final.

A pausa não é perda de tempo — é o espaço onde você respira, reflete, aprende e se renova.

3. Revise suas metas com frequência

Metas não são contratos fixos. Elas existem para te guiar, não para te aprisionar.

Uma das formas mais simples de manter a leveza no planejamento é criar o hábito de revisar suas metas semanalmente ou quinzenalmente:

  • O que ainda faz sentido?
  • O que precisa ser ajustado?
  • O que você pode comemorar — mesmo que seja um passo pequeno?

Essas perguntas te mantém conectada com o propósito, não só com a execução. E isso muda completamente a forma como você produz.

4. Tenha um espaço para desacelerar

A vida real é feita de altos e baixos. Ter um “modo leve” preparado para os dias difíceis pode te ajudar a não abandonar tudo.

Você pode montar:

  • Um checklist de rotina de autocuidado básico;
  • Um caderno ou página no Notion com frases de apoio e lembretes positivos;
  • Uma lista de ações simples que te reconectam (beber água, sair ao sol, ouvir uma música, respirar fundo por dois minutos).

Esses pequenos resgates funcionam como âncoras para os dias em que tudo parece fora do lugar.

5. Esteja aberta a adaptar (sempre)

Rotinas mudam. Você muda. Sua energia muda. E a forma como você lida com a produtividade também vai mudar com o tempo.

Não se apegue ao método — se apegue ao que te ajuda. Se um sistema parou de funcionar, ajuste. Se algo ficou pesado, simplifique. A produtividade sustentável é aquela que acompanha sua vida real, não uma idealização.

Produzir com leveza é um processo vivo, feito de testes, aprendizados e escolhas conscientes.

Outras ferramentas e recursos recomendados

Ter as ferramentas certas pode ser um divisor de águas quando o assunto é fugir da produtividade tóxica e manter uma rotina equilibrada. Mas um aviso importante: a ferramenta não faz milagres sozinha! O segredo está em usá-las com intenção e sem excessos. Separei algumas sugestões, além das listadas ao longo do artigo, que podem facilitar sua vida.

Notebook, celular, caderno e caneta em cima de uma mesa branca. Essa imagen representa as ferramentas e recursos recomendados no artigo.

1. Ferramentas digitais úteis

Essas ferramentas podem ajudar você a organizar tarefas, prazos e até o seu tempo de descanso. Mas cuidado para não cair na armadilha de depender delas para tudo.

  1. Notion: Ideal para criar listas de tarefas, organizar projetos e planejar sua rotina de forma personalizada. Se for usar, comece simples — crie uma página só para as suas prioridades diárias.
  2. Trello: Ótimo para quem gosta de visualizar o progresso. Use quadros para separar tarefas por etapas, como “A Fazer”, “Em Progresso” e “Concluído”.
  3. Google Calendar: Perfeito para agendar compromissos e blocos de foco no seu dia. Um diferencial é configurar lembretes automáticos, como pausas para alongamento ou sessões de autocuidado.

Lembre-se: a ideia é facilitar, não complicar. Escolha uma ou duas ferramentas e foque nelas.

2. Leituras recomendadas

Às vezes, tudo o que precisamos é de um bom livro ou artigo para abrir os olhos e adotar uma nova perspectiva. Aqui estão algumas leituras que podem te inspirar:

  • “Essencialismo: A Disciplinada Busca por Menos” (Greg McKeown): Esse livro ajuda a focar no que realmente importa, eliminando o excesso. Ele é como um guia para simplificar a vida sem perder a produtividade.
  • Trabalhe 4 Horas por Semana” (Tim Ferriss): Apesar do título ousado, o livro traz ótimas ideias sobre delegar tarefas, otimizar o trabalho e criar mais tempo para o que você gosta.
  • Blogs e artigos sobre produtividade saudável: Inclua fontes confiáveis e que tenham uma abordagem equilibrada. Um bom ponto de partida são sites que priorizem o bem-estar, como o próprio blog que você está lendo agora.

3. Aplicativos de autocuidado

A produtividade saudável começa com o cuidado consigo mesma. Por isso, não subestime o poder de alguns aplicativos que ajudam a relaxar e criar hábitos melhores:

  1. Calm: Excelente para meditações guiadas e exercícios de respiração. Você pode usar antes de dormir ou em um intervalo durante o dia.
  2. Headspace: Traz opções práticas para iniciantes em mindfulness, com sessões curtas que cabem na sua rotina.
  3. Forest: Um jeito divertido de se desconectar do celular. Ao focar em uma tarefa, você planta uma árvore virtual e, com o tempo, forma uma floresta.

Esses aplicativos não são obrigatórios, mas podem ser grandes aliados para quem quer reduzir a ansiedade e melhorar o foco.

Esses recursos foram pensados para complementar o que vimos até aqui, sem adicionar peso à sua rotina. Teste um ou dois por vez e adapte ao que faz sentido para você.

Conclusão

A produtividade tóxica não tem um aviso claro de chegada. Ela se infiltra nas pequenas cobranças do dia a dia, nas metas irreais, na culpa ao descansar. E, quando percebemos, estamos presas em um ciclo que não respeita nossa humanidade.

Mas não precisa ser assim.

Você pode continuar sendo uma pessoa organizada, com metas e planos — e ainda assim viver com leveza. Pode ser produtiva e descansar. Pode crescer e pausar. Pode errar, ajustar e seguir. A vida real tem ritmo próprio, e a produtividade que realmente vale a pena é aquela que acompanha esse ritmo — e não aquela que exige que você se violente para caber dentro dele.

Se você chegou até aqui, já deu o primeiro passo: o de olhar com mais carinho para a sua relação com o tempo e consigo mesma. E isso, por si só, já é um avanço enorme.

Agora, que tal revisar suas metas com mais gentileza? Ou montar uma rotina mais realista para os próximos dias? Se quiser apoio prático, aqui no blog tem um planner semanal gratuito e um habit tracker que podem te ajudar nesse novo começo.

Você não precisa fazer tudo. Só precisa fazer o que faz sentido para você.

Até a próxima!

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